Quem já não planejou alguma coisa que saiu completamente fora do esperado? No mínimo, você já deve ter passado por uma situação de ter sido surpreendido com um trânsito engarrafado e se atrasar para um compromisso ou saiu de casa sem guarda-chuva e começou a cair o céu. Os imprevistos, apesar de imprevisíveis, nos são também muito familiares. Conhecemos bem sua dinâmica de nos levar a repensar e refazer nossos planos.
Na mitologia grega, Hermes é o deus dos caminhos e das sincronicidades. Para ele, refazer caminhos e lidar com imprevistos não é um problema, mas sim uma habilidade. Quando algo sai do nosso planejamento, vale a pena refletir sobre a reação que isso causa. Vem irritabilidade? Desorganização? Tranquilidade?
Quando há uma grande dificuldade para lidar com os imprevistos, está aí um chamado de Hermes. Essa é uma oportunidade de avaliar de que forma a vida está sendo vivida. Será que não há regras demais, com tudo muito certinho e um planejamento fixo que deve ser seguido à risca? Geralmente é assim que costuma ser com as pessoas que tendem a se incomodar muito com os imprevistos.
No entanto, quando conseguimos olhar para esses imprevistos com mais profundidade, eles podem adquirir um novo significado. Vale a pena se perguntar quanto de espaço está havendo para o lazer, para fazer algo por si. É um pedido por um pouco mais de espontaneidade, de sair um pouco da rigidez. Quando não ouvimos isso, aparece Hermes para nos “atrapalhar” e colocar um pouco mais de emoção no caminho, afinal de contas ele também tem a função de guia de almas e um caminho planejado milimetricamente pode se tornar cansativo para a nossa própria alma.
Quando os imprevistos aparecerem e te irritarem mais do que o normal, lembre-se de perguntar: o que eu estou deixando de viver ao ponto de que algo precise acontecer para que me desviar um pouco desse trajeto que estou seguindo?
Hermes sempre dá um jeitinho. Mesmo que o caminho principal esteja bloqueado, o desvio apresenta surpresas que podem nos trazer um aprendizado. Atente-se para o que é que surge nessa nova rota: qual foi o imprevisto? O que ele te impediu de fazer? Ao ficarmos abertos aos novos caminhos apresentados por Hermes com um olhar mais questionador, surgirão sincronicidades que ensinam a aproveitar melhor a caminhada. Dê a chance de considerar se o imprevisto não é uma forma de adquirir mais flexibilidade e te preparar melhor para situações novas.