“Estou perdido” – buscando o próprio caminho

Na vida concreta, quando estamos perdidos em algum lugar, o que ajuda é colocar o GPS para nos dar um direcionamento. Mas e na nossa vida pessoal, qual é o GPS que pode nos ajudar? E quando a gente não sabe onde quer chegar?

Quando as pessoas dizem estar se sentindo perdidas na vida, é esperado que estejam passando por um momento novo e sem muitos vislumbres do que pode acontecer dali em diante. Pode até ser que tenhamos algumas alternativas disponíveis. Pessoas próximas podem nos apresentar caminhos, dando sugestões sobre quais passos dar e como, e mesmo assim o incômodo persistir.

Podemos não saber por onde caminhar, mas temos alguns indícios de que um determinado caminho não está legal. Precisamos escutar as necessidades que não estão sendo atendidas no nosso íntimo, explorar nossos receios e desejos. Nessa exploração poderemos descobrir que alguns caminhos que funcionaram muito bem até agora podem já não fazer mais sentido. Às vezes continuamos insistindo em nos manter numa rota específica por conta da nossa dificuldade de perceber que algo dentro mudou ou até mesmo pelo medo de fazer diferente.

A sensação de estar perdido pode trazer uma angústia num primeiro momento, mas também é uma oportunidade. Provavelmente os caminhos estão muito generalizados, as rotas apresentadas não estão em sintonia com o nosso mundo interno. Mas será que podemos estar completamente perdidos? Ou será que há alguns caminhos, lá no fundo, que nos chamam e nem sempre damos atenção? E no que é que não nos sentimos perdidos? Nesses lugares em que não estamos perdidos, o que nos dá uma base? O que nos motiva? Começar a fazer essas perguntas pode trazer uma clareza maior de por onde estamos caminhando.

O processo de individuação, que é uma das premissas da abordagem junguiana, fala de podermos nos tornar quem somos, ou seja, há sempre um caminho que propicia alcançar isso. Porém, nem sempre ele está tão claro à primeira vista. Essa jornada pode ser comparada a entrar em um labirinto. Quando estamos dentro de um, o objetivo é chegar ao centro dele. Enfrentamos alguns impasses, nos deparamos com alguns caminhos fechados, mas sempre há um caminho que nos leva ao centro.

A questão é como chegar a esse centro. Teremos que resgatar aquilo que gostamos e podemos ter deixado de lado, voltar ao que faz nosso coração vibrar, ao que faz nossos olhos brilharem e, ao chegar nesse ponto, conseguiremos conversar com nosso interior e ter maiores pistas. Estar perdido não é o fim do mundo, mas sim o chamado para se reencontrar com você mesmo, no momento atual em que está.

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